Sensibilidade de embriões do pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia) Ã desidratação e baixa temperatura
Palavras-chave:
Sementes, Germoplasma, Secagem, ConservaçãoResumo
O comportamento "recalcitrante" das sementes de Araucaria angustifolia (Bertoloni.) Otto Kuntze (pinheiro-brasileiro) limita a conservação ex-situ dos recursos genéticos dessa importante espécie, em bancos de sementes. A interação entre o conteúdo de água e temperatura sobre a sobrevivência do embrião foi estudada como ponto de partida para o desenvolvimento de um protocolo para o armazenamento dessa espécie. O objetivo principal deste estudo foi verificar se embriões de Araucaria angustifolia sobreviveriam à secagem ultra-rápida, utilizando o método "flash-drying", e adicionalmente, expondo os embriões à baixas temperaturas. Os embriões foram extraídos das sementes e submetidos à secagem ultra-rápida a teores de 0,29 g de água/g de matéria seca, e em seguida expostos a 0°C, -5°C e -18°C por 4 horas. A taxa de secagem foi calculada à partir do processo de secagem e expressa em (g de água / g matéria seca)/ hora. Outros autores vêm estudando os efeitos da dessecação na viabilidade em sementes inteiras. Para que fosse possível comparar o teor de água de sementes inteiras, adotado por outro autor, com o de embriões, sementes de A. angustifolia foram expostas a 25°C e 25 %UR e deixadas a secar. Foram obtidos o peso fresco de sementes inteiras e de seus embriões, também expressos em g de água / g matéria seca. O aumento na rapidez de desidratação melhorou a taxa de sobreviência dos embriões a 25°C e 0°C. A sobrevivência de embriões desidratados a 0,29 g/g e expostos a 25°C (25,0% de sobrevivência) e 0°C (37,5% de sobrevivência), sugere que a criopreservação de embriões após terem sido submetidos à secagem ultra-rápida do método "flash-drying" e utilizando-se técnicas de congelamento ultra-rápido, talvez seja um método de conservação a longo prazo para essa importante espécie e abre uma promissora linha de pesquisa permitindo a eventual conservação a médio e longo prazo de sementes de outras espécies classificadas como recalcitrantes. Sugere-se novos estudos para aprimorar a técnica e o desenvolvimento de protocolo para o desenvolvimento de embriões de A. angustifolia que sobreviverem.
Downloads
Referências
FARRANT, J. M.; PAMMENTER, N. W.; BERJAK, P. Germination associated events and the desiccation sensitivity of recalcitrant seeds: a study on three unrelated species. Planta, v. 178, n. 2, p. 189-198, 1989.
MEDEIROS, A. C. de S.; PROBERT, R. J.; SADER, R.; SMITH, R. D. The moisture relations of seed longevity in Astronium urundeuva (Fr. All.) Engl. Seed Science and Technology, v. 26, p. 289-298, 1998.
MEDEIROS, A. C. de S.; WALTERS, C.; HILL, L. Sensitivity of Araucaria angustifolia embryos to low water contents and temperature. In: INTERNATIONAL WORKSHOP ON SEED BIOLOGY, 7., 2002, Salamanca. Workshop... [S.l.]: International Society for Seed Science, 2002. p. 138.
MURASHIGE, T.; SKOOG, F. A revised medium for rapid growth and bioassays with tobacco tissue culture. Physiologia Plantarum, v. 15, p. 473-497, 1962.
PAMMENTER, N. W.; BERJAK, P.; WESLEY-SMITH, J.; WILLIGEN, C. V. Experimental aspects of drying and recovery. In: BLACK, M.; PRITCHARD, H. W. (Ed.). Desiccation and survival in plants: drying without dying. London: CABI Publ., 2002. p. 93-110.
PAMMENTER, N. W.; VERTUCCI, C. W.; BERJAK, P. Homeohydrous (recalcitrant) seeds: dehydration, the state of water and viability characteristics in Landolphia kirkii. Plant Physiology, v. 96, n. 4, p. 1093-1098, 1991.
TOMPSETT, P.B. Desiccation studies in relation to the storage of Araucaria seed. Annals of Applied Biology, v. 105, n. 3, p. 581-586, 1984.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
PESQUISA FLORESTAL BRASILEIRA se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas ao autor correspondente.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista PESQUISA FLORESTAL BRASILEIRA.
Os autores podem usar o artigo após a publicação, sem a autorização prévia da PFB, desde que os créditos sejam dados à Revista.
A revista se reserva o direito de distribuição dos conteúdos no suporte online e/ou impresso sob uma Licença Creative Commons.
As opiniões e conceitos emitidos nos manuscritos são de exclusiva responsabilidade dos seus respectivos autores e não da PFB.