Floristica e fitossociologia de áreas de restauração com diferentes históricos de uso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4336/2021.pfb.41e201901935

Palavras-chave:

Floresta Ombrófila Densa Submontana, Restauração de terras, Sucessão secundária

Resumo

Foi realizado um estudo florístico e fitossociológico em áreas no Parque Estadual do Rio Turvo, Cajati, SP (77°89ʹ42ʺ N e 72°49ʹ22ʺ W), uma área de restauração com três anos em bananal abandonado (Rest 3) e outra área de restauração com cinco anos em pastagem degradada (Rest 5). Em cada área foram instaladas seis parcelas de 100 m2, analisando-se diâmetro e altura de todos os indivíduos com altura superior a 50 cm e fazendo-se amostragem de solos para fertilidade na profundidade 0 - 20 cm. A estrutura da comunidade foi descrita a partir dos estimadores fitossociológicos: frequência relativa, dominância relativa  e valor de importância. A diversidade foi calculada pelo índice de Shannon e equabilidade pelo índice de Pielou. Na Rest 5 foram registrados 2.117 ind ha-1 (18 famílias e 39 espécies) e na Rest 3 foram 4.650 ind ha-1 (21 famílias e 54 espécies). Os parâmetros fitossociológicos refletem áreas em processos iniciais de sucessão secundária, caracterizando-se o uso anterior como bananal em um ambiente mais favorável para o desenvolvimento das espécies plantadas e estabelecimento de propágulos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Francisca Alcivania Melo Silva, Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Câmpus Experimental de Registro

Gilvani Scatolin Leite, Universidade Federal da Fronteira Sul

Ocimar José Baptista Bim, Instituto Florestal

Referências

Ãlvares C. A. et al. Köppen´s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013. https://doi.org/10.1127/0941-2948/2013/0507.

APG IV. Angiosperm Phylogeny Group. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 181, n. 1, p. 1-20, 2016. https://doi.org/10.1111/boj.12385.

Barbosa, L. M. et al. Lista de espécies indicadas para restauração ecológica para diversas regiões do Estado de São Paulo. São Paulo: Instituto de Botânica, 2017. 344 p.

Brancalion, P. H. S. et al. Plantio de árvores nativas brasileiras fundamentado na sucessão florestal. In: Rodrigues, R. R. et al. (org.) Pacto para a restauração ecológica da Mata Atlântica: referencial dos conceitos e ações de restauração florestal. São Paulo: Instituto BioAtlântica, 2009. p. 14-23.

Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica e Campos Sulinos. Brasília, DF, 2000. 40 p.

Brazil Flora G. Brazilian Flora 2020 project = Projeto Flora do Brasil 2020. Version 393.280. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2021. Checklist dataset: https://doi.org/10.15468/1mtkaw.

Chazdon, R. L. Chance and determinism in tropical forestsuccession. In: Carson, W. P. & Schnitzer, S. A. (ed.). Tropical forest community ecology. Malden: Blackwell, 2008. p. 384-408.

Cheung, K. C. et al. Relação entre a presença de vegetação herbácea e a regeneração natural de espécies lenhosas em pastagens abandonadas na Floresta Ombrófila Densa do Sul do Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 23, p. 1048-1056, 2009.

Classen, M. E. C. (org.). Manual de métodos de análise de solo. 2. ed. Rio de Janeiro: EMBRAPA-CNPS, 1997. 212 p. (EMBRAPA-CNPS. Documentos, 1).

Engel, V. L. & Parrotta, J. A. Definindo a restauração ecológica: tendências e perspectivas mundiais. In: Kageyama, P. Y. et al. (org.). Restauração ecológica de ecossistemas naturais. Botucatu: FEPAF, 2008. p. 3-25.

Farias, L. N. et al. Parâmetros microclimáticos e atributos químicos e físicos do solo em área de preservação permanente situada na cabeceira do rio São Lourenço, Campo Verde - MT. Engenharia Ambiental, v. 9, n. 1, p. 83-99, 2012.

Ferreira Júnior, W. G. et al. Composição florística da vegetação arbórea de um trecho de Floresta Estacional Semidecídua em Viçosa, Minas Gerais, e espécies de maior ocorrência na região. Revista Árvore, v. 31, n. 6, p. 1131-1143, 2007.

Figueiredo, P. H. A. et al. Germinação ex-situ do banco de sementes do solo de capoeira em restauração florestal espontânea a partir do manejo do sombreamento. Scientia Forestalis, v. 42, n. 101, p. 69-80, 2014.

Fonseca, D. A. et al. Avaliação da regeneração natural em área de restauração ecológica e mata ciliar de referência. Ciência Florestal, v. 27, n. 2, p. 521-534, 2017. http://dx.doi.org/10.5902/1980509827733.

Hoffmann, W. A.; Haridasan, M. The invase grass, Melinis minuliflora inibitis tree regeneration in a neotropical savanna. Austral Ecology, v. 33. n. 1, p. 29-36, 2008.

Holl, K. D. et al. Tropical montane forest restoration in Costa Rica: overcoming barriers to dispersal and establishment. Restoration Ecology, v. 8, p. 339-349, 2000.

Holl, K. D. Factors limiting tropical rain forest regeneration in abandoned pasture: seed rain, seed germination, microclimate and soil. Biotropica, v. 31, p. 229-242, 1999.

Holl, K. D. Restoring from the botton up. Science, v. 355, n. 6324, p. 455-456, 2017.

Holl, K. D. Restoring tropical forest. Nature Education Knowledge, v. 4, n. 4, 2013. Disponível em: https://www.nature.com/scitable/knowledge/library/restoring-tropical-forest-97756726. Acesso em: 10 mar. 2019.

Hosokawa, R. T. et al. Introdução ao manejo e economia florestal. Curitiba: Ed. da UFPR, 1998.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual técnico da vegetação brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro, 2012. 275 p. (Série manuais técnicos em Geociências, 1).

Jordano, P. et al. Ligando frugivoria e dispersão de sementes à Biologia da Conservação. In: Rocha, C. F. D. et al. (ed.). Biologia da conservação: essências. São Paulo: Rima, 2006. p. 411-436.

Köppen, W. & Geiger, R. Klimate der Erde. Gotha: Verlag Justus Perthes, 1928.

Kronka, F. J. N. et al. Inventário florestal da vegetação natural do Estado de São Paulo: regiões administrativas de São José dos Campos (Litoral), Baixada Santista e Registro. São Paulo: Imprensa Oficial, 2007. 140 p.

Lambers, H. et al. Plant nutrient-acquisition strategies change with soil age. Trends in Ecology & Evolution, v. 23, p. 95-103, 2008.

Martins F. R. Estrutura de uma floresta mesófila. Campinas: Ed. UNICAMP, 1991.

Melo, A. C. G. & Durigan, G. Structural evolution of planted riparian forests in the Medium Paranapanema Valley, SP, Brazil. Scientia Florestalis, v. 1, n. 73, p. 101-111, 2007.

Mônico, A. C. Alternativas para restauração florestal de pastagens. 2019. 180 f. Tese (Doutorado em Ciências) - Universidade de São Paulo, Piracicaba.

Moura, C. & Mantovani, W. Regeneração natural da floresta ombrófila densa após oito anos de abandono de atividades agrícolas em Miracatu, Vale do Ribeira, SP. Revista do Instituto Florestal, v. 29 n. 1 p. 91-119, 2017. http://dx.doi.org/10.24278/2178-5031.201729106.

Mueller-Dombois, D. & Ellenberg, H. Aims and methods of vegetation ecology. New York: John Willey & Sons, 1974.

Nalon, M. A. et al. Meio físico e aspectos da fragmentação da vegetação. In: Rodrigues, R. R. & Bononi, V. L. R. (org.). Diretrizes para a restauração da biodiversidade no Estado de São Paulo. São Paulo: Instituto de Botânica: Imprensa Oficial, 2008. p. 14-21.

Nogueira, F. C. B. et al. Efeito da temperatura e luz na germinação de sementes de Luetzelburgia auriculata (Alemão) Ducke - Fabaceae. Acta Botanica Brasilica, v. 6, n. 4, p. 72-778, 2012.

Oliveira, L. C. et al. Exploração florestal e eficiência dos tratamentos silviculturais realizados em uma área de 136 ha na Floresta Nacional do Tapajós, Belterra - Pará. Revista de Ciências Agrárias, v. 46, p. 195-213, 2006.

Reis, D. N. et al. Indicadores preliminares para avaliação da restauração em reflorestamentos de ambientes ciliares. Pesquisa Florestal Brasileira. v. 34, p. 375-389, 2014. http://dx.doi.org/10.4336/2014.pfb.34.80.757.

Rhoades, C. C. et al. Effect of pasture trees on soil nitrogen and organic matter: implications for tropical montane forest restoration. Restoration Ecology, v. 6, p. 262-270, 1998.

Rochelle, A. L. C. et al. Florística e estrutura de um trecho de Floresta Ombrófila Densa Atlântica Submontana no Parque Estadual da Serra do Mar, em Ubatuba/SP, Brasil. Biota Neotropica, n. 2, p. 337-346, 2011.

Rodrigues, R. R. et al. Pacto pela restauração da Mata Atlântica: referencial dos conceitos e ações de restauração florestal. São Paulo: LERF/ESALQ: Instituto BioAtlântica, 2009. 264 p.

Rodrigues, R. R. et al. Pacto pela restauração da Mata Atlântica: referencial dos conceitos e ações de restauração florestal. São Paulo: LERF/ESALQ, 2011.

Rodrigues, R. R. et al. (ed.). Protocolo de monitoramento para programas e projetos de restauração florestal. Piracicaba: ESALQ, 2013.

São Paulo (Estado). Resolução SMA nº 32 de 3 de abril de 2014. Estabelece as orientações, diretrizes e critérios sobre restauração ecológica no Estado de São Paulo, e dá providências correlatas. Diário Oficial do Estado, São Paulo, Seção 1, p. 36-37, 5 abr. 2014. Disponível em: https://smastr16.blob.core.windows.net/legislacao/2016/12/Resolu%C3%A7%C3%A3o-SMA-032-2014-a.pdf. Acesso em: 10 dez. 2014.

São Paulo (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Instituto Florestal. Mapa pedológico do Estado de São Paulo: revisado e ampliado. São Paulo, 2017. 118 p.

Shannon, C. E. A mathematical theory of communication. Bell SystemTechnical Journal, v. 27, p. 379-42, 1948.

Shepherd, G. J. Fitopac versão 2.1: manual do usuário. Campinas: Departamento de Botânica da Universidade Estadual de Campinas, 2010. Disponível em: http://pedroeisenlohr.webnode.com.br/fitopac/. Acesso em: 15 nov. 2019.

Silva, L. S. et al. Florística, estrutura e sucessão ecológica de um remanescente de mata ciliar na bacia do rio Gurguéia-PI. Nativa, v. 3, n. 3, p. 156-164, 2015.

Silva, S. A. L. & Melo, J. I. M. A família Leguminosae Juss. em dois afloramentos rochosos no município de Puxinanã, Paraíba. Biotemas, v. 26, n. 4, p. 23-43, 2013.

Silva, W. R. A importância das interações planta-animal nos processos de restauração. In: Kageyama, P. Y. et al. (org.). Restauração ecológica de ecossistemas naturais. Botucatu: Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais, 2003. p. 77-90.

Sobanski, N. & Marques, C. M. M. Effects of soil characteristics and exotic grass cover on the forestrestoration of the Atlantic Forest. Journal for Nature Conservation, v. 1, p. 217-222, 2014.

Society for Ecological Restoration. The SER International Primer on Ecological Restoration. Tucson: Society for Ecological Restoration International, International Science & Policy Working Group, 2004. 15 p.

Souza, L. M. Regeneração natural como indicador da sustentabilidade em áreas em processo de restauração. 2014. Tese (Doutorado em Ciências Florestais) - Universidade Federal de Lavras, Lavras.

Suganuma, M. S. et al. Changes in plant species composition and functional traits along the successional trajectory of a restored patch of Atlantic Forest. Community Ecology, v. 15, n. 1, p. 27-36, 2014

Suganuma, M. S. et al. Ecossistemas de referência para restauração de matas ciliares: existem padrões de biodiversidade, estrutura florestal e atributos funcionais? Revista Árvore, v. 37, n. 5, p. 835-847, 2013.

Suganuma, M. S. et al. Environment and landscape rather than planting design are the drivers of sucess in long-term restoration of riparian Atlantic Forest. Applied Vegetation Science, v. 21, p. 76-84, 2018.

Talora, D. C. & Morellato, L. P. C. Fenologia de espécies arbóreas em floresta de planície litorânea do sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 23, p. 13-26, 2000.

Urbanetz, C. et al. Floristic composition and similarity analysis of an Atlantic rain forest fragment in Cananéia, São Paulo state, Brazil. Revista Brasileira de Botânica, v. 33, p. 639-651, 2010.

Xavier, A. F. et al. Unidades de Conservação da Natureza no Estado de São Paulo. In: Rodrigues, R. R. & Bononi, V. L. R. (org.). Diretrizes para a restauração da biodiversidade no Estado de São Paulo. São Paulo: Instituto de Botânica: Imprensa Oficial, 2008. p. 22-42

Ziparro, V. B. et al. Levantamento florístico de floresta Atlântica no sul do estado de São Paulo, Parque Estadual de Intervales, Base Saibadela. Biota neotropica, v. 5, n. 1, p. 1-24, 2005.

Downloads

Publicado

31-05-2021

Como Citar

SILVA, Francisca Alcivania Melo; LEITE, Gilvani Scatolin; BIM, Ocimar José Baptista. Floristica e fitossociologia de áreas de restauração com diferentes históricos de uso. Pesquisa Florestal Brasileira, [S. l.], v. 41, 2021. DOI: 10.4336/2021.pfb.41e201901935. Disponível em: https://pfb.cnpf.embrapa.br/pfb/index.php/pfb/article/view/1935. Acesso em: 13 out. 2024.

Edição

Seção

Artigos Científicos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.