Técnica de realocação de Rhipsalis (Cactaceae) em florestas regenerantes, em Itaboraí - RJ: sobrevivência e desenvolvimento
DOI:
https://doi.org/10.4336/2020.pfb.40e201902064Palavras-chave:
Enriquecimento, Epífitos vasculares, Restauração ecológicaResumo
Este estudo teve por objetivo avaliar a sobrevivência e o desenvolvimento de cactáceas epifíticas Rhipsalis lindbergiana K. Schum. e R. pachyptera Pfeiff. Fragmentos foram acompanhados em casa de vegetação durante quatro meses em diferentes substratos e após realocação para Floresta Ombrófila Densa em regeneração, município de Itaboraí, RJ. A realocação foi acompanhada por até três anos e realizada em dois períodos climáticos: menor (lote da seca) e maior precipitação (lote de chuva). Registrou-se maior crescimento das duas espécies em substrato com matéria orgânica. Os lotes da seca foram significativamente distintos nas duas espécies, provavelmente em função das chuvas que se sucederam e possibilitaram maior sobrevivência e desenvolvimento. A sobrevivência e desenvolvimento de R. lindbergiana apresentaram relação significativa com a altura das árvores onde os fragmentos foram instalados, remetendo à associação existente entre elevada diversidade de epífitos com grandes forófitos. Recomenda-se a realocação de epífitos em árvores maiores, no início dos períodos chuvosos e mantendo os fragmentos em contato com o substrato. Isso possibilitará melhor aproveitamento das plantas, além de impulsionar os processos de recuperação da diversidade e funcionalidade ecológica das florestas.
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