Regeneração natural em Mata de Restinga em área de pecuária extensiva no Município de Pelotas, extremo Sul do Brasil

Autores

  • Tarso Vieira da Costa Universidade Católica de Pelotas
  • Tiago Schuch Lemos Venzke Universidade Federal de Pelotas

DOI:

https://doi.org/10.4336/2016.pfb.36.88.922

Palavras-chave:

Conservação de recursos, Restauração ecológica, Área degradada

Resumo

Foi analisada a regeneração natural em mata de restinga ocupada por pecuária extensiva no Município de Pelotas, RS. Foram delimitadas duas áreas, uma com acesso do gado ao interior da floresta e outra sem acesso (controle). Foram utilizados dois transectos com 20 parcelas sistemáticas de 2 m x 2 m distantes 5 m. Foram incluídos indivíduos arbóreo-arbustivos com no mínimo 50 cm de altura e no máximo 5 cm de DAS (diâmetro à altura do solo). Foram coletadas 27 espécies em 14 famílias. Na área controle foram encontradas 23 espécies e 316 indivíduos, enquanto na área com pecuária foram amostradas 10 espécies e 36 indivíduos. As espécies com maior densidade na área controle foram Psychotria carthagenensis Jacq. (91 ind.), Sorocea bonplandii (Baill.) W. C. Burger et al. (82), P. brachyceras Müll.Arg. (62), Trichilia elegans A.Juss. (15) e Eugenia uruguayensis Cambess. (11) e na área com pecuária foram Daphnopsis racemosa Griseb. (17 ind.), P. brachyceras (6), Solanum mauritianum Scop. (5), P. carthagenensis (2) e T. elegans (1). Os resultados mostraram diferença significativa da regeneração natural entre os dois trechos amostrados. Esses resultados corroboram com a hipótese de que a atividade pecuária influencia negativamente a riqueza e a estrutura da regeneração natural de comunidades florestais.

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Biografia do Autor

Tiago Schuch Lemos Venzke, Universidade Federal de Pelotas

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Referências

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Publicado

30-12-2016

Como Citar

COSTA, Tarso Vieira da; VENZKE, Tiago Schuch Lemos. Regeneração natural em Mata de Restinga em área de pecuária extensiva no Município de Pelotas, extremo Sul do Brasil. Pesquisa Florestal Brasileira, [S. l.], v. 36, n. 88, p. 339–345, 2016. DOI: 10.4336/2016.pfb.36.88.922. Disponível em: https://pfb.cnpf.embrapa.br/pfb/index.php/pfb/article/view/922. Acesso em: 23 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Científicos

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