Modelos de crescimento não linear para espécies de árvores usadas na restauração florestal no Arco do Desmatamento da Amazônia brasileira
DOI:
https://doi.org/10.4336/2022.pfb.42e202102180Palavras-chave:
Florestas plantadas, Logistic analysis, ModellingResumo
A grande quantidade de áreas degradadas e o potencial produtivo das reservas legais no Brasil tornam a restauração uma demanda ambiental e oportunidade comercial. Modelamos o crescimento do diâmetro em função da idade de oito espécies de árvores em plantações de recomposição na Amazônia brasileira. A partir de 14 anos de dados de inventário florestal anual, testamos variações da função logística: logística simples, logística com covariante (área da planta na época do plantio), logística com efeito aleatório, logística com efeito aleatório e covariante. As espécies Schizolobium parahyba var. amazonicum, Tectona grandis e Simarouba amara apresentaram as maiores taxas de crescimento, enquanto Cordia alliodora, Cedrela odorata e três espécies do gênero Handroanthus apresentaram crescimento mais lento. Os ganhos com o uso da covariante na modelagem foram pequenos para modelos de efeitos fixos e mistos. Os ganhos com a inclusão do efeito aleatório foram substanciais. Os modelos de efeitos mistos tiveram o melhor desempenho na modelagem do crescimento das espécies. Nossos resultados fornecem subsídios para uma visão crítica sobre os critérios, possibilidades de recomposição e práticas de manejo de áreas degradadas em reservas legais na Amazônia. Uma análise econômica é necessária para garantir a viabilidade da exploração sustentável dessas áreas.
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