Alterações da estrutura populacional de espécies arbóreas comuns em floresta natural manejada na Amazônia brasileira
DOI:
https://doi.org/10.4336/2023.pfb.43e202002139Palavras-chave:
Tratamentos silviculturais, Amazônia oriental, Manejo florestalResumo
O conhecimento da dinâmica das populações arbóreas pós-exploração e sob tratamentos silviculturais são importantes para o estabelecimento de estratégias de manejo e conservação. O objetivo desse trabalho foi mostrar resultados da mudança estrutural das populações de espécies arbóreas (de mudas a árvores adultas), durante 27 anos, em uma área com colheita de madeira e aplicação de tratamentos silviculturais. Em 1985, colheu-se madeira com DAP ≥ 60 cm, em 400 ha, com três intensidades de redução volumétrica (15, 25, 35%). Em 1994, realizou-se desbaste dos indivíduos com DAP ≥ 15 cm, com quatro intensidades de redução da área basal (0, 30, 50, 70%). Doze tratamentos estatísticos foram aplicados, considerando-se desbaste combinado com intensidades de colheita. O monitoramento ocorreu em 40 parcelas permanentes, medindo-se árvores, arvoretas, varas e mudas em 1984, 1986, 1994, 1996, 2004 e 2011. Realizou-se análises estatísticas com modelos lineares generalizados. A estrutura da floresta não foi alterada significativamente, mesmo nas áreas onde foram aplicados tratamentos silviculturais com maior redução de área basal, não sendo registrada influência significativa no estabelecimento das principais espécies na área, nem na dinâmica da floresta remanescente.
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